Métodos de semeadura para uma boa formação de pastagens
Com a chegada da época de semeadura de pastagens é fundamental que o produtor atente para as boas práticas, dentre elas as que envolvem a operação de semeadura. Antes da semeadura é fundamental que se escolha a cultivar mais adequada, prepare a área, realize a amostragem de solo e análise de fertilidade e pH.
Após o solo corrigido e tudo preparado, chega o momento da semeadura. A melhor época para realizá-la é em pleno período chuvoso, com o solo úmido e chuvas constantes. E, independentemente do método utilizado, é fundamental que a distribuição das sementes ocorra de forma uniforme em toda a área a ser formada. Para otimizar o processo de semeadura, separamos os principais métodos para que tudo ocorra de forma eficiente.
Semeadura manual
A semeadura é realizada por uma pessoa (operador) e a distribuição da semente é feita em covas. Pode ser feita através de enxada ou matraca, o que permite uma observação bastante detalhada do processo. O uso destes equipamentos, principalmente a matraca requer alguns cuidados. É recomendado que as duas chapas metálicas no bico sejam soldadas, distantes 2 cm da “boca, para que não ocorra cobertura excessiva e comprometa a germinação.
O sistema é altamente recomendado para pequenas áreas ou que apresentem alto declive e difícil acesso das máquinas. Sua principal vantagem é poder observar todo o processo de semeadura, evitando falhas e garantido um processo mais homogêneo. No entanto, é uma técnica bastante trabalhosa e requer maior mão de obra, o que aumenta o custo do processo.
Semeadura a lanço
Este é o sistema mais utilizado entre os pecuaristas no Brasil. Não é necessário possuir equipamento específico para a técnica, podendo utilizar equipamentos de distribuição de calcário, por exemplo.
Outra preocupação é fazer com que a semeadura seja homogênea, para que não ocorram falhas na emergência. É indicado que o material inerte ou adubo fosfatado ou ainda calcário sejam misturados às sementes para que a distribuição pela área seja adequada. Isso auxilia em uma distribuição uniforme e que o custo por hectare não ultrapasse o planejando. Também é indicado que após a semeadura, seja utilizado um rolo compactador para uma leve incorporação das sementes, para que elas tenham maior contato com o solo e maior absorção da umidade.
Semeadura mecanizada ou em linha
Neste sistema é possível utilizar maquinários para realizar a semeadura, como semeadoras de milho e soja, reguladas em espaçamentos menores. É um método bem eficiente, pois apresenta a vantagem da semente já ser coberta no processo, além de permitir maior precisão na distribuição. A desvantagem é que a profundidade é bastante variável, o que pode prejudicar a quebra da dormência. Quando a profundidade passa de 3 cm a taxa de germinação e emergência das plantas pode ser prejudicada.
O espaçamento recomendado deve ser de 60 cm entre linhas e profundidade de no máximo 2 cm para espécies de Brachiarias e 1 cm para os Panicums e Cynodons. Caso após o plantio, as sementes não forem devidamente incorporadas ao solo, é recomendado utilizar grade niveladora para realizar uma leve cobertura ou realizar compactação com rolo compactador.
Semeadura aérea
Realizado através de equipamentos aéreos, principalmente aviões, é uma forma bastante eficiente de semeadura. Ainda existe a possibilidade de realizar esta técnica através de drones, o que exige uma equipe capacitada para este serviço, mas que pode tornar este método mais barato.
Apresenta um elevado rendimento operacional, mas exige um bom planejamento das operações de incorporação das espécies que não germinam em superfície. Para se ter uma ideia, em um dia de operação é possível semear áreas de 500 ha, o que exige equipamento e equipe preparados para o trabalho.
Como na maior parte das vezes a cobertura das sementes não é realizada, recomenda-se aplicar um maior número de sementes para reduzir as perdas na germinação, geralmente de 50% a 80% da taxa de semeadura padrão, o que torna o investimento em sementes mais alto. O uso de sementes puras também é recomendado, tratadas ou não com polímeros, fungicidas e inseticidas.
O processo de escarificação química ou mecânica é utilizado para aumentar a absorção de água e reduzir a dormência, o que auxilia no fechamento mais rápido da pastagem. Como vimos, neste sistema ganha-se em eficiência, mas pode se tornar mais caro. Por isso avalie o custo-benefício da técnica para acertar na escolha.
Quais os fatores que podem comprometer a semeadura?
Para fechar, separamos alguns pontos importantes para que o produtor não erre no momento da semeadura. O objetivo sempre é obter maior produtividade e eficiência, e alguns pontos precisam ser observados para melhor aproveitamento:
- Aguarde o período de descanso do solo após o preparo. É um processo importante para que a matéria orgânica do solo possa fermentar na ausência da semente. Quando o processo ocorre junto com a semeadura, pode ocorrer a “queima” das raízes da planta, pois, a fermentação aumenta a temperatura do solo.
- Não utilize menor quantidade de semente por área. Sempre seguir a recomendação de uso.
- Não utilize equipamentos desregulados, em má conservação ou inadequados.
- Monitore constantemente a presença de pragas, desde o armazenamento da semente até o momento da semeadura.
- Não faça uso de sementes de baixa qualidade, sem vigor e com baixos índices de germinação e pureza.
- Fique atento às mudanças bruscas de temperatura. Estas mudanças podem comprometer a germinação e emergência.
- Não realize a semeadura junto com a distribuição de adubos nitrogenados e potássicos. Esta mistura acarreta na diminuição da germinação, causando danos ao coleóptilo (parte interna da semente que é responsável pela emissão das primeiras folhas).
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