Guandu BRS Mandarim: opção para pastagens degradadas

15/09/2017 13:48

A degradação das pastagens é um problema muito comum em propriedades voltadas à produção pecuária. Estima-se que cerca de 80% das pastagens brasileiras apresentam algum grau de degradação. Portanto, é uma dificuldade enfrentada por muitos pecuaristas, sendo uma das responsáveis pela queda na rentabilidade da atividade. A degradação pode ser resolvida adotando-se medidas simples, como, por exemplo, a introdução de leguminosas forrageiras na área.

Utilização de Leguminosas Forrageiras

Pastagens degradadas caracterizam-se pela queda no vigor das plantas; sua capacidade de recuperação natural fica comprometida e ocorre perda de qualidade nutricional da forrageira. Esses fatores levam a queda na produção e, consequentemente, diminuição da capacidade de lotação animal. A degradação é uma ocorrência considerada grave, pois, além de afetar a produtividade, também pode trazer prejuízos no âmbito do meio ambiente, como: a erosão do solo e, por sua vez, assoreamento de aguadas, como rios e nascentes.

As leguminosas forrageiras são plantas que conseguem fazer a fixação biológica do nitrogênio presente no ar atmosférico, ou seja, retiram do ar e fixam em sua própria estrutura.

O uso de leguminosas forrageiras é uma prática recomendada para pecuaristas de qualquer porte, tanto por seu baixo custo, quanto pela facilidade de introdução e manejo destas espécies na área a ser melhorada. A prática contribui, desta forma, para a melhoria das características do solo, no que se refere ao aumento da quantidade de matéria orgânica e disponibilidade de nutrientes antes indisponíveis em camadas mais profundas do mesmo. Isto é possível através da reciclagem de nutrientes.

A reciclagem é possível devido ao fato destas plantas terem sistemas radiculares profundos, ou seja, que têm acesso a nutrientes localizados em camadas mais profundas do solo, onde geralmente as raízes da pastagem não conseguem chegar, absorvendo-os e conduzindo-os até a parte aérea da leguminosa. Desta forma, quando as leguminosas são roçadas, os nutrientes voltam para as camadas mais superficiais do solo, possibilitando a utilização por plantas com sistema radicular menor, como é o caso das Braquiárias, Panicuns e outros gêneros de capins.

Diversas espécies de leguminosas podem ser utilizadas com a finalidade de adubação verde e/ou recuperação de áreas degradadas, como por exemplo: as Crotalárias, o Estilosantes Campo Grande, a Mucuna preta, a Mucuna cinza, o Calopogônio, o Feijão de porco, entre outros. Todas estas leguminosas forrageiras e ainda outras podem ser encontradas aqui, na Galpão Centro-Oeste.

Feijão Guandu 

Feijão Guandu BRS MandarimPorém, dentre todas as possibilidades disponíveis, destacamos como uma das melhores opções o Feijão Guandu cv. BRS Mandarim, material desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste. Ele apresenta vantagens como alta produtividade de forragem (cerca de 10% a mais que a cultivar mais utilizada no Brasil), alta retenção de folhas no inverno, boa resistência a seca e baixo teor de taninos.

O Guandu (Cajanus cajan) é uma leguminosa forrageira que, como as demais leguminosas citadas, também tem a capacidade de extrair o nitrogênio atmosférico, o qual após a roçagem da leguminosa, fica disponível nas camadas mais superficiais do solo. O Guandu é uma planta do tipo arbustiva, apresenta flores amarelas e vagens de cor castanha ou verde. As vagens têm de 4 a 7 sementes.

O Feijão Guandu pode ser consorciado tanto com capins do gênero braquiária, como de outros gêneros; porém, que apresentem o mesmo porte médio da braquiária, constituindo assim, uma excelente alternativa para recuperação de áreas degradadas ou para renovar pastagens. Além de recuperar áreas depauperadas, o Guandu pode ser pastejado de forma direta, sem restrições, diferente do que ocorre com algumas outras leguminosas, cujo pastejo não é recomendado.

Como plantar Feijão Guandu BRS Mandarim?

Para a implantação do Feijão Guandu BRS Mandarim em consórcio, é importante seguir alguns passos:

1) Realizar análise de solo para verificar a necessidade de calagem e adubação na área;

2) Roçagem na área para deixar a pastagem já existente com uma altura de 10 cm no máximo;

3) Semeadura do Guandu em plantio direto, considerando o espaçamento de 40 cm a 120 cm entre linhas.

As sementes devem ser plantadas de 2 a 5 cm de profundidade. Em geral, recomenda-se semear de 15 a 30 kg de sementes/ha, mas esta quantidade pode variar, considerando aspectos que vão desde a qualidade das sementes adquiridas até a população de plantas calculada por hectare. A semeadura deve ser feita no período chuvoso do ano, o qual pode variar conforme a região. Porém, na maioria das regiões, este período ocorre do mês de outubro, até meados de março do ano seguinte.

A entrada dos animais para pastejo na área de Guandu pode ser feita quando as plantas apresentam flores. Este estágio de desenvolvimento coincide com a época de queda na oferta de forragem da maioria das pastagens, o período seco do ano, que na maioria das regiões abrange o período de março a setembro. Cerca de um ano após o plantio, recomenda-se a roçagem da área para estimular a rebrota das plantas. Os restos vegetais permanecem na área e funcionam como adubo verde. Com a rebrota da planta, inicia-se um novo ciclo da cultura, podendo durar por até 3 anos.

Caso o pecuarista pretenda usar o Guandu na renovação de uma área degradada, recomenda-se a incorporação do material vegetal ao solo por meio de aração e gradagem, cerca de 120 a 150 dias após a semeadura da leguminosa, quando ocorre o florescimento da mesma. Se a finalidade for a obtenção de cobertura morta, então deve ser feita a roçagem quando as plantas apresentarem entre 20 e 100 cm de altura, permitindo o rebrota das plantas.

Vantagens do Feijão Guandu BRS Mandarim

O uso do Feijão Guandu BRS Mandarim traz, como vantagem, a diminuição ou dispensa total do uso de adubos nitrogenados, que são os de custo mais elevado, quando comparados a outros. Estimativas da Embrapa mostram que podem ser fixados até 200 kg/ha/ano de nitrogênio, valor este correspondente a 445 kg de uréia. Vale a pena lembrar que o calcário e os outros adubos, como os fosfatados e aqueles à base de potássio, devem ser aplicados normalmente, com base em análise de solo, sempre consultando um Engenheiro Agrônomo para auxiliar nas recomendações de adubação e calagem.

A utilização do Feijão Guandu BRS Mandarim em consórcio com gramíneas é vantajosa, considerando diversos aspectos:

  • Além das vantagens já discutidas, é pouco exigente em água e fertilidade de solo;
  • Apresenta alta produção de matéria seca;
  • Boa resistência a falta d’ água;
  • Excelente palatabilidade;
  • Alto teor de proteína nas folhas (em torno de 20%);
  • Pode ser consumido por qualquer categoria animal, sem restrições.

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