Pastagem de Inverno
O planejamento prévio antes de formar uma boa pastagem de inverno é algo primordial e deve levar em conta, dentre outros aspectos, a época adequada para o plantio, a aquisição de sementes de fornecedor idôneo, o preparo da área, a semeadura eficiente e outras práticas de extrema importância. No período de inverno, a alta umidade e baixas temperaturas, principalmente na Região Sul, ocasionam uma carência nutricional natural nas pastagens tropicais, o que gera certo desequilíbrio na nutrição dos animais, por consequência da instabilidade no fornecimento de proteínas, levando a perda de peso, mortalidade, redução dos índices de reprodução e tempo de abate. Tudo isso leva a ineficácia na exploração pecuária com consequente redução nos lucros.
Para que pelo menos se minimize as perdas nutricionais e de volume de massa, é comum a introdução de espécies mais adaptadas ao frio em meio a pastagens tropicais, reduzindo os impactos causados pela estação invernal, estabilizando a produtividade e mantendo-se mais eficiente na exploração pecuária. Infelizmente esta prática só é possível em regiões onde o inverno é caracteristicamente frio, condição ideal e muitas vezes obrigatória para o pleno desenvolvimento da maioria das forragens utilizadas como pastagem de inverno.
Existem diferentes espécies e variedades e inúmeras tecnologias que podem ser implantadas em cultivos de pastagens de inverno. A forrageira já existente, a topografia, o solo, o clima, a região e até mesmo o método de produção empregado são quesitos a serem levados em consideração no momento de selecionar a melhor forragem de inverno a ser utilizada. Nada que um bom engenheiro agrônomo não possa dar solução.
Aveia e Azevém
Uma das pastagens de inverno mais utilizadas na Região Sul do país é o Azevém; com elevado valor nutritivo para os animais, seu uso se justifica pela facilidade de implantação e manejo, além da sua adaptabilidade a todo tipo de solo, apesar de se desenvolverem melhor em solos argilosos e levemente úmidos. Além disso, o azevém se ressemeia naturalmente, o que descarta a necessidade de semeadura anual, se bem manejado.
Não diferente da grande maioria das forrageiras de inverno, a melhor época para a semeadura do azevém é no outono, entre os meses de março e maio, para que possa se desenvolver ao longo do inverno e da primavera, mantendo sua produção até o mês de outubro, quando então as pastagens tropicais começam a se recuperar. O Azevém também é comumente consorciado com outras pastagens de inverno como Trevos, Cornichão e Aveia Preta, esta última também de ampla utilização para fins de pastejo e consórcio com pastagens tropicais.
Entre as leguminosas forrageiras de cultivo de inverno de pastejo direto, o trevo branco e o trevo vermelho também se destacam, são muito utilizados em consórcio com a Aveia, Azevém e Centeio. O trevo tem elevado valor nutritivo, é resistente e se mantém na área por ressemeadura natural. O mesmo não suporta climas quentes, é uma forragem típica para regiões com temperaturas mais amenas, sendo recomendado o consórcio com gramíneas.
Portanto, em determinadas regiões e situações, para que a produção de pastagem seja mais estável durante o inverno, é recomendado o consórcio com forrageiras mais tolerantes ao frio, leguminosas ou gramíneas, já que essa técnica comprovadamente equilibra o fornecimento de forragem aos animais durante todo o ano.