Milho safrinha: como ter uma segunda safra de sucesso
Que o milho safrinha representa uma ótima opção para os produtores, todo mundo sabe, mas quais os segredos para garantir os melhores resultados na colheita?
Pensando nisso, preparamos esse artigo com algumas dicas para você ter um milho safrinha de qualidade. Confira.
Os passos para definir o plantio de milho safrinha
Se você quer ter uma segunda safra de qualidade, é preciso contar com algumas cartas na manga - e a primeira delas é a antecipação. Para muitas pessoas, se antecipar nessa programação em conjunto com a safra é uma tarefa extremamente difícil, mas é isso que irá aumentar o potencial de sucesso do cultivo do milho safrinha.
Além disso, é preciso ficar de olho nos acontecimentos meteorológicos e observar se algum fenômeno pode prejudicar fortemente sua safrinha. Dessa forma, fica mais fácil planejar o plantio e estimar o tempo médio do ciclo, incluindo os processos de preparo do solo, semeadura e colheita do milho safrinha.
Adubação
Outro fator que costuma gerar muita dúvida é a adubação. Há muita discussão sobre esse assunto, principalmente em relação à viabilidade econômica dessa prática. Apesar disso, há um consenso entre os produtores: somente por meio da análise de solo é possível ter acesso a informações das suas condições.
Feita a análise (antes da colheita da safra), as condições químicas do solo podem ser avaliadas com teor baixo, médio ou alto. Nesse momento, devem ser aplicados os elementos que apresentam média ou baixa disponibilidade no solo para que ele atinja um patamar.
Isso é extremamente importante porque a cultura do milho faz uma retirada de nutrientes do solo durante seu ciclo, que devem ser repostos, principalmente no caso da palhada também ser retirada da área.
Essa adubação de reposição pode ser feita no início da safrinha ou daquela que a precedeu, mas somente para nutrientes que são pouco móveis no solo.
Para uma adubação balanceada, é importante considerar a semente que está sendo plantada. Assim, também será sabido quanto de nutrientes será extraído por tonelada produzida.
No caso do milho, a calagem e a adubação fosfatada podem ser antecipadas na adubação de plantio da safra. Isso porque os elementos não possuem muita mobilidade no solo, então, soma-se o que será extraído pela safra e pela safrinha, além da adequação da saturação de bases, verificando sempre o status do solo a partir da análise.
Já o nitrogênio e o potássio, que são muito extraídos pelo milho, são perdidos mais facilmente no solo, devendo ser aplicados especificamente para a safrinha. O potássio pode ser aplicado no plantio, desde que não seja no sulco, pois pode provocar efeitos de salinidade se entrar em contato direto com a semente. O ideal é que o nitrogênio seja aplicado após a segunda folha completamente formada até o momento em que quarta folha ficar completa.
Para o restante dos macro e micronutrientes, deve-se sempre possuir como base a análise de solo e a expectativa de produtividade. Fazendo no tempo certo e com os insumos adequados, a safrinha é capaz de suprir a expectativas produtivas,o que justifica o crescimento da área plantada dos últimos anos.
Principais pragas do milho safrinha
As principais pragas que atacam a parte aérea do milho safrinha, em geral, são a lagarta-do-cartucho (Spodoptera fugiperda), a lagarta da espiga (Helicoverpa zea), o percevejo marrom (Euschistus heros) e o percevejo barriga-verde (D. furcatus). Os percevejos, em geral, permanecem nas áreas nas quais a soja foi a cultura antecedente ao milho safrinha, ou áreas vizinhas em que a soja tenha sido plantada tardiamente. O percevejo marrom é o mais abundante em áreas com temperaturas elevadas.
O percevejo barriga-verde é favorecido pela presença de plantas daninhas remanescentes na área após a colheita da soja, pois servem de abrigo para a praga. Uma recomendação é adicionar inseticida no momento da dessecação da soja. Desta forma controla-se os insetos presentes nas plantas daninhas antes da semeadura do milho safrinha.
Já as pragas de solo, destacam-se a larva alfinete (Diabrotica speciosa) e o percevejo castanho (Scaptocoris castanea). Estas pragas alimentam-se das raízes do milho, prejudicando o desenvolvimento geral da planta.
O controle de pragas tem sido feito de duas formas principais: uma por meio da tecnologia “Bt”, que consiste no uso de híbridos transgênicos que controlam a incidência de lagartas, quando estas se alimentam das partes da planta. Outra forma é por meio do uso de inseticidas piretroides, organofosforados e carbamatos, seguindo as dosagens recomendadas pelo fabricante. Deve ser feito monitoramento constante das pragas na área, para evitar grandes infestações. De maneira geral, são necessárias de 1 a 4 aplicações de inseticidas durante o ciclo do milho safrinha. O número de aplicações vai variar em função da época de semeadura, híbrido utilizado, estádio de desenvolvimento da cultura e nível de infestação de pragas.
Principais doenças do milho safrinha
As doenças mais comuns na cultura do milho safrinha são a ferrugem polissora (Puccinia polysora), a cercosporiose (Cercospora zea-maydis), a helmintosporiose (Exserohilum turcicum e Bipolaris maydis), a mancha branca ou mancha de Phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis) e as podridões do colo e da espiga (Stenocarpella macrospora). Muitas dessas doenças podem ser evitadas pela escolha de um híbrido resistente adequado a região de cultivo e condições de clima e solo da região.
A presença de doenças tem sido cada vez maior na cultura do milho safrinha devido a alguns fatores: falta de rotação de culturas, ausência de manejo integrado, utilização de híbridos com susceptibilidade a maioria das doenças e pouco utilização de fungicidas por parte dos produtores.
No que ser refere ao controle de doenças, são empregados fungicidas de ação sistêmica como estrobilurinas e triazóis, de acordo com as doses recomendadas pelo fabricante. A aplicação geralmente é feita via foliar no estádio de pré-pendoamento da cultura.
O papel da colheita nos resultados do milho safrinha
Um momento decisivo é a colheita. Por se tratar de uma safra apertada, quando se considera a disponibilidade de chuvas, o tempo é primordial. Outro fator que ajuda na economia de tempo é o plantio direto ou o cultivo mínimo, já que alguns processos de preparo de solo são eliminados.
Além disso, pode-se inclusive, fazer a colheita da safra e a semeadura da safrinha concomitantemente. Tudo isso depende da disponibilidade de equipamentos, gestão e tecnologia da propriedade.
E então, ficou com alguma dúvida? Escreva pra gente pelos comentários e até a próxima!