Semeadura de Pastagens: Cuidados e Práticas

16/09/2022 18:35


Semeadura de Pastagens: Cuidados e PráticasPreparar o solo é prática fundamental em qualquer atividade agropecuária, inclusive para a semeadura de pastagens. No entanto, antes de tudo, é preciso escolher qual a cultivar mais adequada; realizar a análise do solo para conhecer o estoque de nutrientes disponíveis para as plantas, além de se conhecer características específicas do solo; para a partir daí definir a necessidade de correção ou não de acidez da área, proceder com as práticas de aração, gradagem e de conservação do solo para se evitar perdas muitas vezes irreparáveis, e por último, a adubação de formação. Feito isso, chegou a hora da semeadura, que conforme a situação, pode também ser realizada juntamente com a adubação de formação, chamada também de adubação de plantio. 

O procedimento de semeadura é uma prática de suma importância na implantação de pastagens, e deve ser realizado a partir das primeiras chuvas, período que vai do início do mês de setembro até março, conforme a região. Fazer a semeadura neste período é primordial, pelo grau de umidade do solo, fundamental para a germinação das sementes, e consequentemente a rápida formação da pastagem. Por isso é de grande importância a introdução correta de práticas conservacionistas na área, como plantio em curva de nível, construção de terraços e outros, visando desta forma reduzir as perdas de solo por erosão e antecipar a utilização da pastagem. 

A título de curiosidade, uma outra prática que pode ser adotada, conforme a situação, pensando-se em evitar a ocorrência de processos erosivos, é realizar a semeadura no final do período chuvoso, em que acontece o crescimento inicial da pastagem e sua formação se completará no início das chuvas seguintes, fazendo com que o solo seja coberto rapidamente, evitando a erosão. No entanto, esta é uma possibilidade que deve ser cuidadosamente avaliada, pois conforme o caso, talvez seja interessante ter disponível um sistema de irrigação.

Um passo importante, é mensurar a taxa de semeadura para que se tenha conhecimento da quantidade de sementes que serão utilizadas. Isso é determinado pelo valor cultural (VC%) das sementes, sendo o fator proveniente do produto do grau de pureza versus o grau de germinação dividido por 100. E a quantidade de sementes que será distribuída por hectare está relacionada a este valor cultural e pela espécie que será implementada no local.  

 

MÉTODOS DE DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES 

Existem algumas formas de distribuição de sementes que podem ser adotadas na semeadura de pastagens. Não importa qual dos métodos abaixo será utilizado, o essencial é que as sementes sejam distribuídas de forma uniforme por toda a área. 

A lanço:

A distribuição a lanço é a mais usada atualmente. Para este tipo de distribuição, utilizam-se adubadeiras e equipamentos similares, mas também é preciso pensar na cobertura das sementes que é feita com rolo compactador ou grade (utilizada fechada para não cobrir as sementes exageradamente). 

Com essa distribuição é mais difícil que profundidades superiores a 5 cm sejam atingidas, destacando que para gramíneas, o ideal é que a profundidade de cobertura fique em torno de 1 cm a 3 cm, conforme a espécie. E é sempre importante manter a caixa de distribuição cheia para que ao final da área não tenha sido distribuído apenas o material inerte, considerado mais leve, pensando-se em sementes convencionais. Quando são sementes revestidas, misturadas a fertilizantes em pó fosfatado, também é recomendado trabalhar com a caixa cheia.

Aérea:

A distribuição aérea de sementes é realizada por intermédio do uso de aviões agrícolas, sendo uma prática recomendada principalmente para áreas mais extensas, recém abertas ou que apresentam dificuldades em entrar com maquinários agrícolas. Também pode ser realizada através do uso de drones, método mais barato, porém exige uma equipe mais capacitada. 

Este método tem um elevado rendimento operacional, porém exige um bom planejamento quanto às operações de incorporação das espécies quando for viável, pois na maioria das situações que este tipo de semeadura ocorre, geralmente as cinzas originadas da queimada da área recém aberta se incumbem da cobertura das sementes com o auxílio das chuvas

Em um dia é possível semear áreas de 500 hectares ou mais. Mas como normalmente, não é feita a cobertura das sementes, é preciso aplicar uma quantidade maior de sementes para minimizar os riscos de não formação, geralmente o aumento da taxa de semeadura pode variar de 50% a 80% sobre a taxa de semeadura padrão. É recomendado também usar sementes puras, de preferência tratadas com polímeros, fungicidas e inseticidas. 

O que auxilia no fechamento mais rápido da pastagem é o processo de escarificação química/mecânica, utilizado para aumentar a absorção de água e reduzir a dormência, principalmente no caso de espécies com dormência natural muito alta, como a Brachiaria humidicola cv. LlaneroBrachiaria humidicola cv. Humidicola e Grama Batatais.

CONTROLE DE ERVAS DANINHAS:

Após realizar a semeadura das pastagens, é preciso ficar atento às ervas daninhas, pois elas podem prejudicar todo o trabalho que foi realizado, causando prejuízos, como a redução da capacidade de suporte da pastagem. Abaixo citamos quatro métodos para controlá-las:

 

Preventivo: 

O controle preventivo é a junção de diferentes práticas que tem o intuito de evitar a introdução, o desenvolvimento e a disseminação de ervas daninhas em áreas que não foram infestadas. Uma destas práticas é comprar sementes de qualidade, com termo de análise, garantia de pureza e germinação. 

 

Cultural:

O controle cultural é uma prática que ajuda a forrageira a se ajustar do melhor jeito na área, o que favorece o seu desenvolvimento. Nesta prática, é possível citar o uso de sementes fiscalizadas de qualidade, de forrageira que se adequa nas condições da região em que será utilizada e no manejo correto da pastagem. 

 

Mecânico/Físico: 

O controle mecânico mais usado é o uso da roçagem, podendo ser feita de forma mecânica com roçadeira, manual, foice ou facão. Mas o equipamento que será utilizado dependerá do tamanho da área e do tipo de erva daninha presente. Lembrando que este método não é totalmente eficaz, porque elimina apenas a parte de cima da planta, enquanto a raiz continua lá.    

 

Químico:

No controle químico é imprescindível o uso de herbicidas, mas desde que tenha seletividade para a forrageira, deixando que ela se desenvolva normalmente e sem prejuízo ao rendimento. E como ter ervas daninhas em pastagens é normal, acaba sendo comum usar a mistura de herbicidas com ingredientes ativos diferentes, para que seja possível controlar diversas plantas invasoras. 

 

Esperamos que após todas estas recomendações, a sua semeadura de pastagens seja realizada da melhor forma possível e livre de ervas daninhas. E o melhor é que tanto as sementes quanto os corretivos, fertilizantes e maquinários necessários para uma formação de pastagem de sucesso, você encontra aqui na Galpão Centro-Oeste.

 

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