Recomendações para semeadura de pastagens
Como em breve estaremos no período de semeadura de pastagens, vamos relembrar alguns conceitos e formas para otimizar esse processo inicial da formação de pastagem.
O primeiro passo é definir qual o cultivar a ser plantado e o preparo da área tem início com a limpeza da mesma para posterior amostragem de solo e encaminhamento a análise de fertilidade, textura e pH, que resultará na recomendação exata do que deve ser aplicado. Para isso, é necessário consultar um engenheiro agrônomo, e com a recomendação em mãos, é possível saber se a correção do solo (aplicação de calcário) será necessária. A correção do solo deve ser feita com, no mínimo, um mês de antecedência à semeadura de pastagens, mas, se possível, o recomendado é que seja feita entre 60 e 90 dias antes.
Como os solos brasileiros são, geralmente, deficientes em fósforo, e por este ser um elemento de pouca mobilidade, ele também pode ser aplicado antes do plantio, já que sua lixiviação é praticamente nula. Ainda, a semeadura de pastagens a lanço pode ser realizada juntamente com a adubação fosfórica e de micronutrientes, quando assim for recomendado. No momento da pré-semeadura, também é necessário observar o grau de infestação de ervas daninhas na área: se houver muitas plantas daninhas, provavelmente a aplicação de herbicida será necessária, desde que sua dosagem e escolha sejam bastante criteriosas, considerando o tipo de pastagem que será implantada.
Taxa de Semeadura
A taxa de semeadura deve ser mensurada para que o produtor saiba a quantidade de sementes a ser utilizada. O valor cultural das sementes, pensando-se nos padrões convencionais, é determinante quanto a isto; mais conhecido como VC%, resume-se como sendo o resultado ou fator proveniente do produto do grau de pureza versus o grau de germinação dividido por 100. A quantidade de sementes a ser distribuida por hectare está intimamente ligada a este fator e a espécie que será implantada na área.
Por exemplo, no caso da formação de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu VC 50%, a recomendação de uso é de 400 a 500 pontos de VC por hectare. para se determinar a quantidade em kg, basta dividir a recomendação pelo VC% das sementes adquiridas, logo: 400/50 = 08 kg a 500/50 = 10 kg.
Após realizado o preparo do solo de forma adequada, considerando também as condições climáticas ideais, a semeadura pode ser realizada. Existem várias formas para implementar esse processo:
Semeadura de pastagens convencional
É realizada por semeadoras, como as usadas para milho e soja, e também podem ser usadas as plantadoras de trigo e arroz, que possuem espaçamentos menores, mais adequados para as pastagens. A vantagem desse método é que a cobertura da semente já é feita junto com o plantio. No entanto, a profundidade é muito variável, o que pode ser uma desvantagem do ponto de vista da quebra de dormência das gramíneas, pois quanto mais a profundidade passar dos 3 cm, menor a taxa de germinação e, consequentemente, emergência de plântulas.
Semeadura de pastagens a lanço
É a forma de distribuição de sementes mais utilizada atualmente, pois não é necessário possuir um implemento específico para o plantio, podendo-se utilizar adubadeiras e equipamentos similares para o processo. No entanto, é preciso um segundo implemento pensando-se na cobertura das sementes, que é o rolo compactador ou a grade; esta deve ser utilizada fechada para não cobrir as sementes de forma exagerada.
Com a distribuição da semente à lanço, é mais difícil que profundidades superiores e 5 cm sejam atingidas. Nesse processo, é importante manter a caixa de distribuição sempre cheia, para evitar que, ao final da área, só o material inerte (mais leve) seja distribuído.
Além disso, nem sempre o maior valor cultural é o mais adequado, pois para utilizar sementes de pureza mais alta, o produtor deve ter o mínimo de tecnologia, pensando-se na forma de distribuir estas sementes. Isso influencia para que seu custo por hectare não extrapole o projetado, pois sementes de alta pureza possuem custo bem superior e qualquer erro impacta de forma significativa no custo por hectare da formação. O que ajuda muito nestes casos, é o uso de material inerte ou o próprio adubo fosfatado ou calcário misturados às sementes para a distribuição das mesmas na área de forma adequada, pensando-se em uma distribuição uniforme.
Semeadura de pastagens manual
A semeadura de pastagens manual pode ser feita com enxada e matraca e permite a observação mais próxima da distribuição, o que pode ser um diferencial no sucesso. Mesmo assim, é muito trabalhosa, por isso é somente indicada para pequenas áreas e há o aumento do custo por requerer mão de obra. Desta forma, o fechamento da área também é moroso, já que o plantio é feito em covas e não em área total. Além disto, é comum a maior incidência de ervas daninhas entre linhas, o que reflete em maior custo pensando-se na maior necessidade de uso de herbicidas.
A utilização da matraca também requer cuidados quanto a profundidade de plantio das sementes. A matraca tende a "afundar" demais as sementes no solo, por isto é recomendado que sejam soldadas duas chapas metálicas no bico dela, com o intuíto de impedir a cobertura excessiva.
Plantio Aéreo
Esse método de distribuição de sementes possui a vantagem de ser muito mais rápido, o que justifica sua adoção para áreas muito grandes e de difícil acesso. No entanto, seu resultado é muito influenciado pelo vento. Como as sementes são apenas lançadas ao solo sem nenhum serviço de cobertura direcionado, é necessário o uso de uma quantidade maior delas por área do que o normalmente recomendado, considerando outras formas de plantio, tornando-o mais caro. No plantio aéreo é recomendado o uso de sementes puras ou incrustadas para um melhor resultado. No que se refere as incrustadas, estas mostram-se bastante interessantes para este método de plantio, pois seu maior peso diminui a influência dos ventos no resultado da semeadura.
Já que mencionamos sementes incrustadas, vale a pena falar um pouco sobre elas. Essas sementes são revestidas ou cobertas basicamente com um material à base de calcário, gesso e fertilizantes (macro e micro nutrientes), que podem manter ou não a sua forma original, aumentando seu peso e volume.
Ainda, em complemento ao revestimento, as sementes podem ser tratadas com polímeros, fungicidas e inseticidas, e ainda podem passar por um processo de escarificação quimica ou mecânica para aumentar a absorção de água e reduzir a dormência. O processo de grafitagem, que consiste na utilização de grafite na parte externa do revestimento, também é um procedimento comum. As sementes incrustadas são muito mais puras, pois passam por um rígido beneficiamento. A criação desse novo padrão de sementes surgiu com o intuito de melhorar a plantabilidade, reduzindo o desgaste de equipamentos, ajudando na regulagem de semeadoras, melhorando a visibilidade no que se refere ao serviço de semeadura e acelerando a formação da área.
É importante ainda diferenciar a peletização da incrustação de sementes. A primeira, como o próprio nome diz, peletiza as sementes sem manter seu formato original, sendo geralmente mais arredondando e possui menos sementes por grama. Já as sementes incrustadas, além de apresentarem um melhor acabamento, tem o seu formato mantido e acabam apresentando mais sementes por grama. Independente de um padrão ou outro, ambos são elaborados com sementes de grau de pureza superior a 90%.
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