Pastagens Embrapa: Qual a melhor opção para minha fazenda?
Por Wellington Bernardes
Engenheiro Agrônomo
Base para o bom desenvolvimento do rebanho, a espécie forrageira possui papel fundamental na agropecuária. Com diversas variedades desenvolvidas nas últimas décadas, a escolha por forrageiras da Embrapa é um avanço para garantia da boa oferta nutricional ao gado.
A gama de forrageiras no Brasil é extensa. Este fato é resultado do trabalho de instituições como a Embrapa e a Unipasto, que nos últimos anos trabalham para selecionar as melhores cultivares para um país com diferentes realidades de clima, solo e produção animal.
Pensando em facilitar a escolha pelas melhores variedades, o Galpão Centro-Oeste selecionou os melhores materiais para sua fazenda. Abaixo vamos explicar as principais forrageiras selecionadas pela Embrapa e suas principais características. Se ficar com alguma dúvida, estamos à disposição em nosso chat abaixo ou em através do Fale Conosco
BRS Piatã
Lançada comercialmente em 2006 pela Embrapa, esta forrageira foi desenvolvida a partir de uma planta coletada na África nos anos de 1984 e 1985, a BRS Piatã é uma Brachiaria brizantha.
Descrição
A Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã é conhecida pelo seu porte médio, possui altura de 0,85 a 1,1 metro. Com folhas largas, que podem chegar até 45 centímetros, a planta atinge em média 1,8 metros de altura.
- Inflorescência com doze ramificações;
- Florescimento precoce: Janeiro a fevereiro;
- Maturação das sementes de fevereiro a março.
Produção
- Indicado para regiões de clima tropical e tropical úmido.
- Cultivada nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, regiões mais quentes do Sul e na Pré-Amazônia.
- Excelente produção em solos de média e boa fertilidade, sua produtividade é maior em zonas tropicais do Brasil
Na Galpão Centro-Oeste é possível adquirir a BRS Piatã em embalagens padronizadas.
Produção de forragens
A produção total média de forragem é de 9,5 toneladas de matéria seca por hectare ao ano com 57% de folhas. Cerca de 36% dessa produção acontece no período seco do ano, favorecendo a nutrição animal nesta época, segundo a Unipasto.
Diferenciais
- Floração precoce: Comportamento permite recuperação das plantas e produção de forragem no final do período chuvoso.
- Colmos fino: Devido a maior digestibilidade, o gado consegue aproveitar melhor desta parte da planta, favorecendo seu aproveitamento como forragem disponível ou reserva na seca.
- Maior resistência às cigarrinhas de pastagens que o capim-xaraés. (Porém sofre danos com cigarrinha-da-cana - presente no Norte do país, assim como todas as brizantha, com exceção da Brachiaria brizantha cv. BRS Ipyporã)
- Maior resistência à solos com baixa drenagem, quando comparado ao capim-marandu.
- Boa produtividade em consórcio com o estilosantes Campo Grande.
- Excelente opção para integração lavoura-pecuária pelo crescimento inicial lento, pelo manejo, arquitetura de planta e acúmulo de forragem no período seco.
Manejo
- A altura da pastagem deve permanecer de 25 e 35 centímetros em pastejo contínuo.
- Em sistemas rotacionado, a altura média deve ser de 40 cm no momento da entrada dos animais e de 20 cm na saída.
- Solos de alta fertilidade é possível trabalhar com entrada de 35 cm e saída de 15 cm.
Adubação
As exigências da BRS Piatã quanto à fertilidade do solo são médias. Ela não é indicada para solos de baixa fertilidade, porém com boa adaptação em solos arenosos de boa fertilidade. A cultivar Piatã responde melhor ao fósforo que as outras cultivares de B. brizantha.
- Não é indicada para solos de baixa fertilidade;
- Boa adaptação em solos arenosos;
- Aplicação de calcário somente para elevar a saturação por bases do solo a 40%;
- Adubação: incluir 30 kg de enxofre por hectare.
- Após germinação (30 a 45 dias) aplicar de 50 a 75 kg/ha de nitrogênio.
- Aplicação no plantio de 40 a 50 kg por hectare de uma fórmula de FTE com zinco, cobre e molibdênio. (repetir a cada três a quatro anos).
- Atenção: Não deixar que teor Fósforo e Potássio abaixo de 80% dos valores recomendados na camada de 0 a 20 cm do solo.
Pragas e doenças
- O capim BRS Piatã possui resistência moderada às cigarrinhas típicas de pastagens: Notozulia entreriana e Deois flavopicta.
- Não resistente à cigarrinha-da-cana (Mahanarva fimbriolata);
- Tolerante a fungos foliares e de raiz,
- Resistência moderada à ferrugem causada por Puccinia levis var. Panici-sanguinalis e
- Suscetibilidade ao carvão das sementes (doença que acomete as sementes não interferindo na condução do pastejo).
Considera a BRS Piatã uma boa opção para sua fazenda, porém ainda tem dúvidas sobre sua implantação ou manejo?
BRS Paiaguás
Conhecido por ser uma das melhores opções de Brachiaria brizantha para a diversificação de pastagens em solos de média fertilidade nos cerrados
Sua seleção aconteceu pela alta produtividade e pela elevada produção de sementes.
Esta forrageira não possui resistência à cigarrinha das pastagens, porém é capaz de resultar em elevada produção animal no período seco, graças ao alto teor de folhas e com elevado valor nutricional.
Sua maior vantagem é apresentar, no período seco, maior acúmulo de forragem de maior valor nutritivo.
Conforme apurou a Embrapa em parceria com a Unipasto, o Paiaguás resultou em ganho de peso vivo por área 45 kg/ha/ano a mais que o capim BRS Piatã na média de três anos.
Estudos observaram que pastos com BRS Paiaguás apresentaram maior controle de invasoras sob pastejo mais intensivo.
Vantagens
- Elevado potencial de produção animal no período seco.
- Precocidade e facilidade de manejo.
- Excelente perfilhamento.
- Bom controle de invasoras sob pastejo mais intensivo.
- Sua dessecação requer baixas doses de glifosato.
Adubação
- Recomendado em solos de média fertilidade;
- Necessária adubação de manutenção, para repor Cálcio e Magnésio, através do uso de calcário dolomítico.
- Possui elevada resposta ao Fósforo em níveis de 3 a 5 mg/dm³.
Semeadura
- Deve ocorrer no período das chuvas, de outubro a fevereiro;
- A taxa de semeadura é de 10 a 12 quilos de sementes revestidas por hectare;
- Profundidade da semeadura é de 2 a 3 centímetros, que pode ser atingida com incorporação das sementes por grade niveladora ou semeadora regulada.
Produtividade
Possui o maior acúmulo de forragem e a maior área de folhas disponíveis em períodos secos;
Devido ao maior acúmulo de folhas e ao maior valor nutritivo, há maior ganho de peso por animal durante o ano todo.
Pragas e doenças
- Apresenta dano severo sob o ataque da cigarrinha Mahanarva fimbriolata e moderado para Notozulia enteriana;
- Não recomendada para áreas com histórico de altas infestações de cigarrinhas;
- Hospedeira do nematóide Pratylenchus brachyurus, não é recomendada em áreas antes infestadas por este, principalmente em sistemas lavoura-pecuária.
Caso a Paiaguás seja a melhor opção para sua lavoura, fale conosco em nosso chat ou através do Fale Conosco. Iremos ajudar para que sua escolha seja a mais adequada para seu gado.
BRS Tamani
Primeiro híbrido de Panicum maximum da Embrapa, a cultivar BRS Tamani é resultado de intensos trabalhos de pesquisa realizados pela Embrapa Gado de Corte em 1992.
Principais características:
- Porte baixo;
- Alta produção de folhas de alto valor nutritivo (elevados teores de proteína bruta e digestibilidade);
- Elevada produtividade e vigor;
- Fácil manejo;
- Resistente às cigarrinhas das pastagens;
- Indicada para engorda de gado bovino, principalmente no cerrado;
- Boa opção para a diversificação de pastagens em solos bem drenados;
- Apresenta baixa tolerância ao encharcamento do solo;
Manejo
O manejo desta forragem acontece em pastejo rotacionado, com altura maior que 20 a 25 centímetros
Caso a fertilidade esteja adequada, é sugerido que o período de descanso seja de até 28 dias no período chuvoso. Uma prática importante após o descanso é avaliar a taxa de lotação em comparação com a disponibilidade da forrageira.
Tem interesse em adquirir a BRS Tamani porém possui dúvidas sobre esta forrageira? Tire suas dúvidas através do nosso chat ou nos envie uma mensagem através do Fale Conosco.
BRS Quênia
Resultado do cruzamento entre dois genótipos de Panicum maximum de origem africana, esta forragem possui altura média e folhas longas e sem pelos. A BRS Quênia é cespitosa, ereta e possui perfilhamento de colmos delgados.
O florescimento é considerado precoce e ocorre a partir de janeiro no Centro-Oeste do país. Com folhas macias e colmos tenros, a forragem possui alta qualidade, o que resulta em bons ganhos de peso para o rebanho.
Uma característica que diferencia esta cultivar das outras de porte médio a alto é o baixo alongamento dos colmos.
Manejo
Para mensurar a adubação desta forrageira, é preciso calcular a produção de proteína animal desejada.
Práticas:
- Adubação nitrogenada no período das águas;
- Estabelecimento com 10 a 15 kg de sementes revestidas/ha;
- Semear em solo com bom preparo ou em plantio direto (2 e 3 cm de profundidade);
- Primeiro pastejo recomendado de 50 e 60 dias após a emergência das plantas;
- Utilizar sob pastejo rotacionado com entrada aos 70 cm de altura e retirada com 35 cm de resíduo;
- Período de ocupação preferencial é de 3 a 6 dias.
No Galpão Centro-Oeste comercializamos as sementes revestidas de BRS Quênia em embalagens padrão.
Características
Recomendado para solos de média e alta fertilidade nos biomas Amazônia e Cerrados. O BRS Quênia necessita de 800 mm de precipitação anual mínima.
Não é recomendado seu plantio em áreas com problemas de drenagem, ou seja, sujeitas a encharcamento ou alagamento.
A arquitetura de sua planta é seu maior diferencial em relação às cultivares tradicionais Tanzânia e Mombaça.
Com touceiras menores e maior densidade de folhas verdes e macias, seus colmos tenros e a menor porcentagem de material morto, auxiliam no manejo do pastejo e na manutenção do pasto, favorecendo o consumo da forragem pelo animal.
Pragas e doenças:
A BRS Quênia possui alta resistência por antibiose às cigarrinhas:
- Notozulia entreriana,
- Deois flavopicta,
- Mahanarva fimbriolata
- Mahanarva sp
O capim BRS Quênia possui resistência ao Bipolaris maydis (mancha das folhas), bem superior inclusive ao observado no cultivar Tanzânia.
Caso tenha alguma dúvida sobre a BRS Quênia, acesse o nosso chat ou nos envie uma mensagem através do Fale Conosco.
BRS Zuri
Resultado de uma seleção massal de populações de Panicum maximum coletadas na Tanzânia, a cultivar teve sua seleção no Brasil realizada pela Embrapa.
Sua seleção foi baseada em produtividade, desempenho do animal e resistência às cigarrinhas-das-pastagens e à mancha foliar. Seu registro e proteção aconteceram em 2013.
Destaques
- Elevada produção;
- Alto valor nutritivo;
- Resistência às cigarrinhas-das-pastagens e à mancha das folhas.
Características físicas
- Cespitosa
- Porte ereto
- Folhas verdes escuras, longas e arqueadas
- Colmos grossos
- Florescimento tardio e bem definido
Adubação e calagem
- Boa resposta à calagem e adubação;
- Recomendada para solos de média a alta fertilidade;
- Pode ser implementada após cultivo de lavouras anuais em solos de baixa fertilidade;
Pragas e doenças
- Resistente às cigarrinhas-das-pastagens: Notozulia enteriana, Deois flavopicta e Mahanarva fimbriolata
- Alta resistência à mancha das folhas (fungo Bipolaris maydis)
- Resistência mediana à cárie-do-sino (Tilletia ayresii)
- Suscetível ao nematóide das lesões radiculares (assim como as outras cultivares da mesma espécie)
Manejo
- Preferencialmente sob pastejo rotacionado
- Altura de entrada: 70 a 75 cm
- Altura de saída: 30 a 35 cm
Este manejo favorece o controle do do desenvolvimento de colmos e florescimento, garantindo bons níveis de produção animal.
Manutenção da forragem
- Uso de calcário dolomítico para repor Cálcio e Magnésio;
- Teor de fósforo deve ficar em até 80% em relação a de implantação;
- Adubação nitrogenada deve focar no resultado da produção almejada
Caso tenha alguma dúvida sobre a BRS Zuri fique à vontade para conversar conosco em nosso chat ou nos envie uma mensagem através do Fale Conosco.
BRS Ipyporã
Resultado do cruzamento da Brachiaria ruziziensis e Brachiaria brizantha, a cultivar foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Unipasto.
Foi selecionada para suprir a demanda por uma cultivar de braquiária adaptada aos solos do Cerrado, que aliasse alta qualidade e boa produtividade com manejo simples.
Características
- Formação de touceiras de porte baixo e prostradas
- Elevado perfilhamento basal
- Colmos curtos e delgados
- Alta pilosidade nas bainhas;
- Folhas lanceoladas e eretas com pilosidade nas duas faces.
No Galpão Centro-Oeste comercializamos as sementes da BRS Zuri revestidas em embalagens padrão.
Manejo e implantação
- Recomendada para solos de fertilidade mediana, com saturação por bases (V%) entre 35 e 40%.
- Semeadura necessita de solo com bom preparo, ou em plantio direto, à profundidade de 2 a 6 cm.
- Com semeadura é possível atingir populações de 20 a 40 plantas por metro quadrado;
- Primeiro pastejo recomendado com 50 a 60 dias após a emergência das plantas.
O primeiro pastejo possibilita um aproveitamento melhor da forragem e auxilia no perfilhamento basal e manejo da pastagem.
- Elevado grau de resistência por antibiose às cigarrinhas-das-pastagens Notozulia entreriana, Deois flavopicta, Mahanarva sp e Mahanarva fimbriolata,
- Esta cultivar consegue retardar o desenvolvimento das cigarrinhas e reduzir a taxa de sobrevivência;
- Alternativa para uso em áreas antes infestadas estas pragas;
- Não possui resistência a solos encharcados, assim não é recomendada para solos com problemas de drenagem.
Caso tenha alguma dúvida sobre a implantação da BRS Ipyporã. Utilize nosso chat ou nos envie uma mensagem através do Fale Conosco.
Esperamos que tenham apreciado este artigo! Dúvidas sobre estes e outros materiais não citados aqui, fique a vontade em entrar em contato com nossa equipe!