Importância da adubação de plantio, de cobertura e orgânica
A adubação tem por objetivo fornecer a nutrição ideal para o crescimento, estabelecimento e produção de uma planta. Cada espécie apresenta certa necessidade nutricional e há várias formas de fornecer a adubação adequada. Dentre as formas de aplicação estão a foliar, em sulco, a lanço, via tratamento de sementes, fertirrigação, e de forma única ou parcelada.
Adubação de plantio
A adubação de plantio possui como função suprir nutricionalmente a planta. Em plantas de ciclo mais curto, a adubação de plantio pode ser suficiente para "alimentar" a planta durante todo seu ciclo, enquanto que para plantas de ciclos mais longos ou mesmo perenes, adubações posteriores são recomendadas para complementar a nutrição.
Normalmente, antes da adubação de plantio figura a calagem, que serve tanto como corretivo do pH do solo (o que vai fornecer condições ideais para a absorção dos outros nutrientes pela planta), quanto adubo, pois compõe parte estrutural da planta. Como o cálcio é pouco móvel no solo, essa aplicação deve ser feita antes dos outros nutrientes; o baixo pH do solo pode ser um empecilho para a disponibilidade dos outros nutrientes para as plantas.
A absorção dos nutrientes pelas raízes pode acontecer prioritariamente de três formas:
• DIFUSÃO: quando há um gradiente de concentração e um íon passa do ponto de maior para o de menor concentração;
• FLUXO DE MASSA: quando o movimento da água no solo leva os nutrientes para a raiz;
• INTERCEPTAÇÃO RADICULAR: essa absorção é em sentido contrário das outras, pois é a raiz que cresce em direção aos nutrientes.
O parcelamento da adubação visa otimizar a disponibilidade de nutrientes para a planta. Isso ocorre porque alguns deles são móveis no solo, o que os torna propensos à lixiviação, escorrimento superficial e outras formas de perda de nutrientes, como a ureia, que é muito propensa à volatilização. Por isso, oferecer os nutrientes de forma parcelada faz com que eles estejam disponíveis para as plantas, na camada em que atinge a área radicular de cada espécie.
Quantas vezes se deve fracionar a aplicação e em quais momentos aplicar são perguntas que os pesquisadores ainda tentam responder, pois cada espécie detém uma particularidade no aspecto nutricional.
Adubação de cobertura
É comum que a adubação de cobertura seja realizada antecipando os momentos de maior requisição de nutrientes pelas culturas - e isso acontece nos estágios reprodutivos, tanto no florescimento quanto na frutificação e enchimento de frutos ou grãos. Por isso, é apropriado que a aplicação de cobertura seja feita ao final do último estágio vegetativo, para que, assim, esteja disponível nos estágios seguintes.
No caso das pastagens, a adubação de manutenção deve ser feita quando há diminuição da taxa de rebrota. Além disso, o controle das daninhas deve ser feito, para que a adubação não as beneficie. É recomendável analisar o solo quando o vigor das gramíneas e a taxa de rebrota forem reduzidos, pois pela qualidade nutricional do mesmo, será possível prever a próxima adubação, antes que as plantas apresentem sintomas de deficiência de nutrientes. Ela pode ser fracionada normalmente em até duas vezes, caso contrário, dependendo do tipo de aplicação, os custos ficam muito altos, inviabilizando economicamente essa prática.
Normalmente, a adubação de cobertura é feita com os nutrientes que são mais facilmente perdidos, como o potássio e o nitrogênio. O nitrogênio, por exemplo, é altamente solúvel, ficando disponível rapidamente na solução do solo, e não deixa efeito residual para a próxima safra, além de causar certa acidificação por causa do processo de nitrificação. Por isso, pode-se adicionar um pouco de calcário resultante da adubação de plantio na adubação de cobertura.
Os adubos nitrogenados mais utilizados são a ureia (45% de nitrogênio – N), sulfato de amônio (20% de N), nitrato de amônio (34% de N), fosfato monoamônico-MAP (9% de N), fosfato diamônico - DAP (17% de N) e a amônia anidra, que é o fertilizante com maior concentração de nitrogênio, 82%. O MAP e o DAP também possuem certa quantidade de fósforo em sua formulação, que também suplementa a produtividade. Os fertilizantes fosfatados mais comuns do mercado são, também, o MAP, com 44% de P2O5 e o DAP com 38% de P2O5. Há o Supersimples com 18% de P2O5 e 20% de cálcio; o Supertriplo com 36% de P2O5 e 10% de cálcio; o termofosfato de Mg com 17% de P2O5, 16% de cálcio e 7% de Mg e o fosfato natural reativo, que possui cerca de 25% de P2O5.
Já os principais fertilizantes potássicos comercializados no Brasil são: cloreto de potássio (58% de K2O e 45% de cloro), sulfato de potássio (48% de K2O, 15% de S, até 1,2% de Mg e até 2,5% de cloro), nitrato de potássio (44% de K2O e 12% de N).
Mas é importante saber que no mercado dos fertilizantes existem inúmeras formulações além das apresentadas aqui, inclusive há a possibilidade de encomendar-se formulas específicas conforme o caso.
Adubação orgânica
No caso da adubação orgânica, esse cuidado deve ser redobrado para não faltar ou exceder o requerimento nutricional. Como raramente é sabida a quantidade exata de cada nutriente na adubação orgânica, a quantidade aplicada é empírica. A precisão pode ser atingida caso seja feita a análise química do adubo com o propósito de saber, exatamente, quanto há de cada nutriente - para isso, a quantidade de adubo orgânico formulado deve ser o maior possível para diluir o preço da análise.
A importância da adubação verde e da aplicação de esterco no plantio orgânico é indiscutível, mas essas não são as únicas alternativas. Os restos de plantas como gramíneas, folhas de árvores e palhada em geral são muito ricos em nitrogênio. Já os restos de crustáceos são ricos em fósforo e nitrogênio, enquanto os de peixe em nitrogênio e cálcio; a borra de café em fosfato, potássio e nitrogênio; a casca de ovo em cálcio e potássio; e a cinza de madeira em potássio, fosfato e micronutrientes.
Podem ser adicionados fertilizantes minerais (conhecidos como organominerais) aos orgânicos, desde que eles não tenham passado por nenhum tipo de processamento industrial: o pó de rocha é, em geral, de baixa solubilidade.
Há inúmeras formas de se conduzir um plantio e muitas vezes o manejo adequado é muito particular ao estilo de vida do agropecuarista. Não existem generalidades quanto à melhor forma de conduzir uma produção, mas um quesito é fundamental para todos: as plantas devem estar bem nutridas, pois só dessa forma elas poderão expressar suas qualidades genéticas de produtividade.
Ficou com alguma dúvida sobre a adubação de plantio, adubação de cobertura e adubação orgânica? Escreva pra gente pelos comentários e até a próxima.