Como acabar com o cupim de montículo em pastagens
Em áreas de pastagens podem ser encontrados montes de terra dura, popularmente chamados de montículos. Nada mais são do que ninhos de cupim no pasto. Estão presentes principalmente em pastagens velhas e degradadas e se não controlados, tendem a apresentar níveis de infestação cada vez mais elevados.
O cupim de montículo em pastagens pode ser visto em quase todas as regiões do Brasil, variando quanto ao nível de infestação de uma região para outra.
Cupim de Montículo
O nome “cupim de montículo” é associado principalmente à espécie Cornitermes cumulans, pois é alta a frequência com que seus ninhos são encontrados. Esta espécie é predominante nas pastagens da região Sudeste e, em parte, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul do Brasil. Outras espécies também formadoras de montículos nas pastagens são: Cornitermes silvestrii, predominando do Centro-Oeste até o norte do Brasil, e o Cornitermes bequaerti, que constroem cupinzeiros com aberturas parecidas com chaminés. Já os cupins conhecidos por Syntermes spp., fazem ninhos baixos, sem a formação de montículos e se espalham formando galerias na pastagem.
Os cupins de montículo representam uma ameaça no estabelecimento da pastagem. Nesta situação, plantas jovens são atacadas, resultando em falha parcial ou mesmo generalizada no número total de plantas, além de favorecer e acelerar o processo de degradação das pastagens. Cupins de pasto provocam amarelecimento, seca em reboleiras e dificuldade de rebrota, devido principalmente ao ataque às raízes da forrageira, prejudicando assim a absorção de água e nutrientes. A planta fica deficiente e morre.
Já os cupins do gênero Syntermes danificam diretamente a pastagem, pois cortam e carregam grandes quantidades de folhas e colmos, tanto verdes como secos, o que leva à perda de produtividade do pasto.
O cupim do pasto também causa danos indiretos como: a perda de área para o desenvolvimento da atividade, a inviabilidade de deslocamento no ambiente e contribuição para a criação de “esconderijos” perfeitos para animais indesejáveis, principalmente em meio ao rebanho, como cobras e outros. Além disso, esses cupinzeiros podem se transformar em buracos na pastagem, representando um risco de fratura aos animais do rebanho. Todos estes fatores podem resultar em prejuízo ao pecuarista.
Como eliminar o Cupim de Montículo
A presença de cupins de montículo está quase sempre associada a áreas com pastagens degradadas ou mal manejadas, onde o solo é muito pobre em nutrientes e com acidez elevada. Desta forma, acredita-se que o calcário combate cupim, no entanto, pesquisadores ainda tentam estabelecer uma correlação entre calagem e eliminação desta praga.
Mas é fato que a recuperação da área degradada reduz a infestação de cupim de montículo em pastagens. O revolvimento do solo, a destruição dos cupinzeiros, a aplicação de calcário e consequente correção da acidez do solo são fatores essenciais para o bom estabelecimento de uma forrageira e portanto influenciam na redução da infestação dos cupins.
Uma das dúvidas que muitos pecuaristas tem é de como acabar com o cupinzeiro no pasto. O controle químico tem se mostrado o mais eficiente no combate ao cupim, variando de 80 a 100% de mortalidade dos insetos. Inicialmente, deve-se procurar chegar a câmara interna do cupinzeiro, onde há alta concentração de celulose, sendo a parte mais mole da estrutura; isto é feito com o auxílio de uma barra de ferro ou algo similar, a qual deve ser utilizada com o intuito de abrir um furo no cupinzeiro. Depois, com o auxílio de um funil, aplica-se o inseticida dentro do buraco. A quantidade de veneno para cupim de montículo vai variar de acordo com a recomendação do fabricante. Em geral, após 30 dias da aplicação, os cupins terão morrido e então deve-se destruir os montículos. É importante saber que a simples remoção dos cupinzeiros sem aplicar o inseticida acarreta em um aumento de infestação. As partes quebradas podem conter uma quantidade de cupins suficiente para estabelecer um novo cupinzeiro na área.
Veneno para Cupim de Montículo
Os venenos para matar cupim de monte mais utilizados são:
- Cipermetrina: Diluir 20 ml do produto em 10 litros de água. Aplicar nos orifícios até transbordarem;
- Fention - diluir 30mL em 10 L de água e depois aplicar 1 L de calda por cupinzeiro;
- Imidacloprid – diluir 3g em 10 L de água e depois aplicar 1L de calda por cupinzeiro;
- Fipronil – aplicar 5 g de produto por cupinzeiro;
- Fosfeto de alumínio - 4 pastilhas/cupinzeiro.
No caso dos cupinzeiros que não formam montículos, como é o caso dos Syntermes spp., onde é difícil de se encontrar a parte central, deve-se fazer um furo de cerca de 20 cm de profundidade (um furo a cada metro quadrado) e em seguida aplicar o inseticida no interior.
Existe também a possibilidade de realizar o controle biológico dos cupins, utilizando os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Estes fungos são introduzidos no cupinzeiro e vão atacar o cupim, causando a eliminação. Porém, os resultados com o uso de venenos para cupim ainda são mais efetivos.
Portanto, o cupim de montículo é uma praga importante de se combater, pois afeta o desenvolvimento das forrageiras e está associada à degradação das pastagens. O controle com o uso de inseticidas deve ser feito continuamente de modo a evitar o aumento desta praga na área. Em áreas onde a infestação é elevada, a renovação da pastagem é a melhor alternativa para sua eliminação.